segunda-feira, 16 de novembro de 2020

STJD inocenta Carol Solberg por "Fora, Bolsonaro"


O Tribunal Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei derrubou a advertência aplicada a Carol Solberg em primeira instância, no mês passado. O julgamento aconteceu hoje (16), em ambiente virtual, após a defesa da jogadora recorrer da punição aplicada pela 1ª Comissão Disciplinar. O placar final terminou em 5 x 4. Mesmo auditores que votaram pela manutenção da advertência avaliaram que a fala não aconteceu em local inapropriado, mas não descumpre o regulamento, que precisa ser revisto pela CBV.

Carol gritou "Fora, Bolsonaro" depois da partida que valia o bronze na primeira etapa da temporada do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, em entrevista transmitida pelo SporTV. Ela foi denunciada pela procuradoria do STJD, o que causou polêmica em nível nacional. No julgamento realizado no mês passado, os auditores evitaram punir a jogadora, suspendendo-a, mas deixaram claro que eram contrários a manifestações do tipo. Assim, ela foi multada em R$ 10 mil, mas a pena foi revertida em advertência.

Os rumos do julgamento começaram a mudar quando o auditor Gilmar Nascimento Teixeira deu seu voto. Mais conhecido no vôlei como Kid, antigo craque da seleção, Teixeira disse acreditar que o ambiente de jogo não é local para manifestações políticas, mas ressaltou que o regulamento não faz essa vedação. Por isso, votou a favor do recurso, sendo acompanhado na sequência por Milton Jordão e Raquel Lima, que empatou a votação em 3 x 3.


Tamoio Athayde Marcondes deu o quarto voto a favor de Carol. "Não há tipificação no sentido de vedar conduta de expressão política. Tampouco pode-se afirmar que a conduta da atleta tenha prejudicado a CBV, patrocinadores e parceiros privados. A personalidade atingida pela fala da atleta não tem ligação direta com a CBV, com os patrocinadores e parceiros comerciais. A CBV é entidade privada e a despeito de receber verbas públicas gosta de autonomia desportiva e não possui subordinação ao poder estatal", alegou o auditor, lembrando ainda que o Banco do Brasil não é comandada por Bolsonaro.

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