segunda-feira, 13 de junho de 2022

Carta ao Futuro da Cultura Brasileira





Grandes nomes da arte e Cultura brasileira, se manisfestaram a favor da derrubada dos vetos presidenciais às Leis Aldir Blanc II e Paulo Gustavo, neste 13 de junho, enviando um manifesto aos deputados e senadores.

Artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Emiliano Queiroz, Fagner, Fernanda Montenegro, Gilberto Gil, Leci Brandão, Lea Garcia, Lia de Itamaracá, Luiz Carlos Barreto, Ivan Lins, Maria José do Boi de Maracanã, Marieta Severo, Renato Teixeira e Zuenir Ventura, enviaram aos deputados e senadores do Congresso Nacional uma "Carta ao Futuro da Cultura Brasileira".

Em um dos trechos da carta estes artistas e intelectuais, todos com mais de 70 anos, afirmam que "Não pedimos por estas Leis em benefício próprio, mas pelos que virão depois de nós. É uma aposta no futuro da cultura brasileira, que passará a contar com um modelo de financiamento capaz de concretizar o que está escrito em nossa Constituição Federal."

A derrubada dos vetos permitirá um investimento no setor cultural de 3,8 bilhões de reais ainda em 2022 e de 3 bilhões anuais a partir de 2023. A cultura e a arte geram cerca de 6 milhões de empregos diretos no Brasil e respondem por 4% do Produto Interno Bruto.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Derrubada de vetos às leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo será votada na próxima terça (14/06). Entenda o que está acontecendo



Uma novela de meses pode ter um final na próxima semana, e se tudo der certo, com final feliz. Trata-se  da apreciação dos vetos do presidente Jair Bolsonaro (PL) no parlamento, às Lei Paulo Gustavo (PLP 73/2021), que destinaria R$ 3,9 bilhões do superávit do Fundo Nacional de Cultura (FNC) para Estados e municípios; e a Lei Aldir Blanc 2 (PL 1.518/2021), de caráter permanente, que estenderá a política emergencial de socorro à cultura criada em 2020, injetando já no primeiro ano R$ 3 bilhões na área.

A expectativa do setor cultural é de derrubada de vetos com uma expressiva votação, que só poderá acontecer por meio de uma sessão conjunta do Congresso Nacional através deste tipo de procedimento legislativo.

Ao todo, 18 vetos do Presidente Bolsonaro aguardam, no momento, apreciação. Apuração nos bastidores revela que o segundo adiamento se dá porque não houve ainda consenso entre parlamentares, governo e oposição na análise conjunta dos vetos que devem ser apreciados.

A sessão que ocorreria nessa quinta-feira, 2, foi novamente cancelada. A nova previsão é 14 de junho.

Momentos fortes ocorreram em audiência pública realizada na Câmara no dia que era considerado a véspera da votação dos vetos.

A Cultura exige respeito

De forma mais direta, o presidente da Associação dos Produtores de Teatro, Eduardo Barata, afirmou que os trabalhadores em geral da cultura são considerados “inimigos e bandidos” pelo atual governo. “Somos tratados como a escória da sociedade. Isso prejudicou muito nosso setor, mesmo antes da pandemia”, lamentou.

Lembrando que o setor passa por grande desemprego e que isso não afeta só artistas. São técnicos que fazem os espetáculos acontecer, como cenógrafos, iluminadores, montadores de cenários, cinegrafistas.

Barata ressaltou a importância da derrubada de vetos de Bolsonaro às leis Paulo Gustavo e Aldir Blac 2. “A nossa cadeia produtiva está muito prejudicada. Essas duas leis são essenciais para a sobrevivência do setor”, disse.


No mesmo tom, a atriz Júlia Lemmertz pediu respeito. Para ela a derrubada dos vetos é uma forma dos parlamentares “olhar para a cultura”. Apontando para a necessidade de se ter um Plano Nacional de Cultura, completou a atriz, “vamos ser honestos nisso uma vez na vida: você consome, você paga, você fomenta”.

Representando o Fórum Nacional de Secretários de Cultura das Capitais e Municípios Associados, Alexandre Santini também fez coro a derrubada dos vetos de Bolsonaro. Ele que é secretário de Cultura de Niterói, RJ, evidenciou que a Lei Aldir Blanc tem “capilaridade” para garantir recursos para a descentralização e democratização cultural em territórios periféricos urbanos e rurais.

Para que haja derrubada de vetos presidenciais é preciso uma decisão do Congresso Nacional, a votação conjunta de deputados e senadores. Hoje, pelo menos 257 deputados e 41 senadores são o quórum mínimo para que a decisão do presidente seja derrubada. Para que haja quórum e maioria ainda precisam se consolidar acordos e consensos entre as bancadas.

Segundo a Constituição, um veto do Executivo deve ser apreciado em até 30 dias seguidos. Caso isso não ocorra, a matéria passa a trancar a pauta do legislativo.

Isso explica os constantes adiamentos das sessões conjuntas do Congresso Nacional que teve a última realizada em 28 de abril.

Segundo especialistas legislativos, como as sessões desde então têm sido convocadas e posteriormente canceladas, não se conta adiamento da pauta.

A Lei Paulo Gustavo é um exemplo dessa manobra. O veto de Bolsonaro à proposição chegou no congresso no dia 6 de abril, mas figura na agenda de votações desde 6 de maio.

Concretamente, o veto a Lei Paulo Gustavo, entrou na pauta mais de duas vezes. Já a que prevê a continuidade da Aldir Blanc, duas.  No entanto, o veto à Paulo Gustavo figura na lista dos que têm prioridade porque podem trancar a pauta do Congresso.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), mesmo diante de mais um adiamento da decisão sobre os vetos de Bolsonaro às leis que visam compensar o setor cultural pelas perdas que teve durante a pandemia, comemorou.

“Esta foi uma semana muito importante para a cultura no Brasil. Para cá correram artistas, produtores, gestores e movimentos populares, das periferias, de várias regiões do país.

Segundo a autora da proposição que prorroga a Lei Aldir Blanc por mais cinco anos, “houve muita conversa com os parlamentares. Derrubar os vetos a leis que tiveram 400 votos na Câmara e unanimidade no Senado, é revolucionar o setor cultural”, afirma.

Para a parlamentar, é necessário que o veto, em especial no caso da Aldir Blanc, seja derrubado logo. Só assim será dado “o comando orçamentário este ano para ter efeitos financeiros em 2023. São R$ 3 bilhões por ano na cultura”, lembra.

Segundo Jandira, os vetos se deram por motivação ideológica do presidente da República. “Não tem qualquer problema técnico e por isso foram aprovadas na Câmara por ampla maioria e no Senado por unanimidade”, conclui.

Ambas as leis foram aprovadas por ampla maioria nas duas casas legislativas. Seus nomes homenageiam dois grandes artistas brasileiros mortos pela Covid-19: o ator Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros, que morreu em maio de 2021, aos 42 anos; e o cantor e compositor Aldir Blanc, que morreu exatamente um ano antes, em maio de 2020, aos 73 anos. Sua adoção poderá representar um novo marco nas políticas públicas de cultura no País, que nunca receberam nem sequer 1% do orçamento da União.


Keyler Simões com Marcelo Menna Barreto,
do site Extra Classe e do site Farofafá

quarta-feira, 23 de março de 2022

Secult lança edital para 18ª Mostra Alagoana de Dança


O Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), lançou, no Diário Oficial de hoje (21), o edital para inscrições da 18ª Mostra Alagoana de Dança. O certame visa promover e estimular a dança alagoana em seus diversos estilos. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 22 de abril.

“A Mostra Alagoana de Dança tem o objetivo de apresentar para sociedade uma visão atual do que vem sendo produzido na dança em Alagoas. Além disso, é um momento de integração entre os grupos de dança do nosso Estado”, disse a secretária de Estado da Cultura, Mellina Freitas.

Poderão se inscrever para participar da Mostra, escolas de dança, grupos amadores ou profissionais, bailarinos profissionais ou não, residentes em Alagoas, em todas as modalidades cênicas. Cada grupo, artista ou companhia poderá inscrever até duas coreografias. 

Uma comissão julgadora irá selecionar os grupos, levando em consideração a qualidade artística e técnica dos inscritos, a originalidade e criatividade da coreografia, complexidade coreográfica, diálogo entre coreografia, tema e música, além do tempo de atuação e formação do grupo de dança. As apresentações estão previstas para ocorrerem  durante os meses de maio e junho de 2022. 

O edital está disponível no site da Secult http://www.cultura.al.gov.br/editais-e-concursos. A inscrição poderá ser realizada de segunda-feira a sexta-feira, das 9h às 15h, presencialmente, no Setor de Protocolo da Secult; de forma virtual, através da plataforma cuca.al.gov.br; ou ainda pelos Correios, pelo SEDEX com Aviso de Recebimento – AR (sendo considerada a data da postagem).

Daniel Borges

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Câmara Federal aprova a Lei Paulo Gustavo, que destina quase 4 bilhões de reais para a Cultura

 



Ocorreu nesta quinta (24/2), a sessão, na Câmara dos Deputados, que aprovou, por 411 votos a 27, o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 73/2021, que libera R$ 3,862 bilhões para amenizar os efeitos econômicos e sociais da pandemia de Covid-19 no setor cultural brasileiro. Agora, os deputados analisam os destaques ao texto.

A proposta foi batizada de Lei Paulo Gustavo, em homenagem ao ator e comediante que foi vítima do novo coronavírus, em maio do ano passado. O projeto já foi aprovado, em novembro passado, no Senado Federal.

O texto proposto pela bancada do PT no Senado e relatado pelo deputado José Guimarães (PT-CE) trata de apoio financeiro da União aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para garantir ações emergenciais voltadas ao setor cultural.

A execução dos recursos repassados poderá ser feita até 31 de dezembro de 2022, mas, se houver algum impedimento em razão de este ser um ano eleitoral, o prazo será automaticamente prorrogado pelo mesmo período no qual não foi possível usar o dinheiro.

A proposta altera a Lei de Responsabilidade Fiscal para não contabilizar, na meta de resultado primário, as transferências federais aos demais entes da Federação, como medida de enfrentamento das consequências sociais e econômicas no setor cultural decorrentes da pandemia. Na proposição, também constam mudanças na Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, para atribuir outras fontes de recursos ao Fundo Nacional da Cultura (FNC).

Do total, R$ 2,79 bilhões deverão ser destinados para ações no setor audiovisual e R$ 1,06 bilhão para ações emergenciais no setor cultural por meio de editais, chamadas públicas, prêmios, aquisição de bens e serviços vinculados ao setor.

De acordo com o texto, o repasse dos recursos pela União deverá ocorrer em, no máximo, 90 dias após a publicação da lei. Contudo, estados e municípios que receberem recursos deverão se comprometer em fortalecer os sistemas de cultura existentes ou implantá-los nas localidades em que esses sistemas não existam, instituindo conselhos, planos e fundos.

Keyler Simões 

Informativo Balaio de Fatos - 04