terça-feira, 29 de dezembro de 2020

2021: Um estatuto para o futuro que não resolve o que a Cultura enfrenta


Em 05 de maio, o Ministério da Cultura anunciava a constituição de um grupo de trabalho conjunto com os ministérios do Trabalho e das Finanças "para análise, atualização e adaptação dos regimes legais dos contratos de trabalho dos profissionais de espetáculos e respetivo regime de segurança social".

O grupo de trabalho, que se reuniu pela primeira vez, em reunião plenária, em 06 de junho é constituído por representantes dos três ministérios, da Direção-Geral das Artes (DGArtes), da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), da Direção-Geral da Segurança Social, da Autoridade para as Condições de Trabalho e da Autoridade Tributária e Aduaneira.

Integram também o grupo diversas associações representativas dos vários setores da Cultura, entre as quais a fundação GDA, a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), o Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE), a Plateia, a Performart, a Rede e a Associação Portuguesa de Realizadores (APR).

A Lusa contactou algumas destas entidades para conhecer as suas expectativas em relação ao estatuto e a quando este estará concluído. Além disso, a Lusa quis também tentar perceber se o estatuto, caso já estivesse em vigor este ano, teria permitido diminuir o impacto que a pandemia da covid-19 teve na vida dos profissionais do setor.

Para a Performart, "é positivo" que se esteja "finalmente a tratar deste assunto, que já há muito tempo deveria estar tratado e regularizado, mas infelizmente não está". Além disso, a presidente daquela associação, Francisca Carneiro Fernandes, destaca a "forma positiva como está a ser feito, ou seja, envolvendo as associações representativas do setor ".

A criação do estatuto passa por, "primeiro que tudo, reconhecer que há especificidades dos profissionais do setor que têm que ser protegidas".

"Precisamos de cuidar destes profissionais, de forma a que este setor funcione o melhor possível e que eles não continuem a viver na precariedade em que têm vivido até hoje. Este é um pressuposto essencial e acreditamos e esperamos que este estatuto seja um passo nesse sentido", afirmou.

Posição semelhante tem a Plateia, para quem a criação do estatuto "é uma oportunidade para se alterarem de facto as formas como se trabalha no setor genericamente, neste momento, que são de uma grande precariedade, de uma ausência de direitos laborais e de proteção social, porque há uma cultura da generalização do falso recibo verde e do falso 'outsourcing'".

"É importante que essas pessoas, que não trabalham de forma mais regular, tenham um acesso à proteção no desemprego ou na inatividade. E é essa a grande expectativa que temos relativamente a este estatuto, a adequação da proteção social e de encontrar uma forma de contribuições, de prazos e de tempos de apoio adequado às especificidades do setor", afirmou a presidente da direção da Plateia, Amarílis Felizes.

O estatuto, salienta o CENA-STE, "pode ser uma ferramenta boa para se tentar desfazer a precariedade que existe no setor, ou uma ferramenta que pode ser terrível, no sentido da eternização da precariedade e até da contaminação para outras atividades".

"O nosso problema é que, neste momento, está numa indefinição muito grande", afirmou o dirigente sindical Rui Galveias.

Sara Goulart, da Rede, explica porquê: "O processo dura há muitos meses e só recentemente é que foram apresentadas as questões que realmente interessam e que fazem a diferença".

O estatuto foi dividido em três grandes temas: registo profissional, regime laboral e regime contributivo, e o terceiro, considerado o mais importante pelas várias entidades, ainda está em discussão.

"A grande novidade virá, de facto, nesta terceira parte, que é a parte que diz respeito à proteção social. Estamos num bom caminho quando há um conjunto de compromissos que a ministra do Trabalho e Segurança Social fez, como assumir a possibilidade de um regime específico para o setor da Cultura, porque o setor tem especificidades grandes, mas enquanto o grupo de trabalho não tiver capacidade de apresentar uma proposta concreta com contas efetivamente feitas é muito difícil pronunciarmo-nos", afirmou Sara Goulart.

Também para o CENA-STE, na terceira parte "há propostas interessantes do ponto de vista do acesso ao subsídio de desemprego pelos trabalhadores independentes", mas salienta a necessidade de haver um articulado feito para se perceber "de que forma é que [o subsídio] chega e como é que se relaciona com as características e especificidades do trabalho no setor".

"Sem ter a certeza dessa terceira parte, não conseguimos aferir se o documento é bom ou mau", afirmou Rui Galveias.

A APR lembra que, na última reunião plenária, foi dito às várias entidades "que [os representantes do Governo] iam estudar um regime autónomo para a Cultura". "Parece-nos muito interessante, mas faltam dados. É uma proposta muito abstrata e só podemos avaliá-la se tivermos números: tempo de subsídio, quais são os prazos de garantia, como é que isto funciona mesmo na prática, porque sem dados não conseguimos avaliar se é bom ou mau", afirmou Miguel Moraes Cabral.

Segundo Amarílis Felizes, da Plateia, foi transmitido na reunião que "só em janeiro é que a Segurança Social irá fazer os cálculos para haver propostas concretas de como vai ser este subsídio, qual vai ser o valor ou a correspondência entre rendimentos e o valor do subsídio, por quanto tempo as pessoas podem receber o subsídio".

"Só em janeiro é que vamos poder pronunciar-nos sobre isto, que é o cerne da discussão de todo o estatuto", disse.

Em 25 de maio, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, comprometia-se a ter o chamado 'estatuto do intermitente' finalizado até ao final do ano. Entretanto, reiterou esse compromisso por diversas vezes, mas as entidades representativas do setor preferiam ter mais tempo.

"Parece que estamos a chegar ao fim, mas a nossa posição não é essa. Nós estamos ainda mais ou menos a meio de um processo que para nós é fundamental", afirmou Miguel Moraes Cabral, acrescentando que "não serve de nada acelerar o processo até ao fim do ano, para ter um estatuto que não tenha muita consistência".

Sara Goulart sublinha que "não há vontade nenhuma de apressar o processo e tê-lo encerrado até ao fim do ano, sendo que o fim do ano é para a semana". "É preferível ter um bom estatuto que dê respostas às necessidades do setor do que estar a encerrar um processo para a semana para cumprir calendário", afirmou.

Também para a Performart "o pouco tempo que existe não é muito favorável à melhor solução", visto que "há várias questões bastante complexas, que envolvem decisões não só do Ministério da Cultura, mas também do Ministério do Trabalho e Segurança Social".

Rui Galveias tem "a certeza que esta negociação terá que continuar pelo ano de 2021, porque o estatuto só será lei em 2022". "Podemos eventualmente chegar a bom porto com ele, mas está muito longe disso", defendeu.

Em relação ao regime laboral, a APR lembra que "uma grande parte" que consta da proposta de estatuto "já existe dentro da lei laboral, e o grande problema é a lei não ser respeitada".

Esta posição é reforçada pela Plateia: "O que este estatuto tem [em relação ao regime laboral] é uma reprodução do que já existe, mais do que essa reprodução, é necessário garantir formas de ela ser efetiva".

Num ano em que a grande maioria dos profissionais do setor ficou com pouco ou nenhum trabalho, devido à pandemia da covid-19, poderia o estatuto do profissional da cultura, caso existisse, ter minorado ou mesmo evitado as dificuldades que enfrentam?

A Rede considera que "as coisas poderiam ter sido diferentes, mas "ainda assim, não invalida que não houvesse, e não continue a haver, uma tremenda necessidade de uma resposta de emergência que nunca houve verdadeiramente à escala da necessidade do setor".

"Se nós tivéssemos em janeiro um estatuto em vigor e tivéssemos um problema semelhante ao da pandemia, nós continuaríamos a ter o mesmo problema. Ou seja, a existência de um estatuto resolve aquilo que são problemas estruturais. Há situações de exceção e de emergência que são resolvidas com respostas de emergência", defendeu Sara Goulart.

Posição semelhante tem a APR: "Se houvesse um estatuto que correspondesse às realidades do setor, é óbvio que a pandemia não teria tanto impacto nas pessoas, mas é preciso resolver duas questões: uma questão para o futuro, que é o estatuto, e uma para o presente, que são os apoios imediatos para as pessoas que não conseguem viver, não conseguem pagar a renda de casa, não conseguem comer".

Para o CENA-STE, "se já existisse o estatuto com a promessa da terceira parte minimizava alguns danos, mas não resolve os problemas principais".

Biblioteca de Proença-a-Nova cria serviço online para leitura de jornais


Com este serviço, "garantimos todas as condições de segurança aos nossos leitores e ainda alargamos a possibilidade de consulta a milhares de títulos nacionais e internacionais que até hoje não estavam disponíveis", refere o vice-presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Manso.

Para permitir que os utilizadores destes espaços possam manter o hábito da leitura da imprensa escrita, a Biblioteca Municipal de Proença-a-Nova disponibiliza este novo serviço que permite a consulta de jornais e revistas nacionais e internacionais.

Para o efeito, o utilizador tem que cumprir dois critérios: O primeiro é ter cartão de utilizador da biblioteca, e o segundo, dispor de um computador ('tablet' ou smartphone) com ligação à Internet, para poder aceder à plataforma que disponibiliza a consulta das publicações.

Citado no documento, João Manso refere que, "numa época onde a proximidade e o contacto foram restringidos ao máximo por razões de saúde pública, as bibliotecas tiveram que se reorganizar e reinventar as suas principais funções e atividades de forma a continuarem a prestar um serviço público aos seus clientes, leitores e amigos".

Os interessados neste serviço podem fazer o registo na plataforma presencialmente, na Biblioteca Municipal de Proença-a-Nova, na Bibliomóvel - Biblioteca Itinerante e nos polos de Sobreira Formosa, Montes da Senhora e Atalaias, ou solicitá-lo através do email biblioteca@cm-proencanova.pt.

Concluído o registo, é criado um código que irá permitir ao utilizador aceder ao serviço sempre que entender.

"Para além dos jornais diários, é possível consultar publicações temáticas, da gastronomia à arte, da música ao desporto, das viagens ao design, entre muitas outras publicadas em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo", refere a nota.

Museu Afro-Brasileiro completa 35 anos


Com 35 anos de existência o Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia (Mafro) é um dos poucos no país a tratar exclusivamente das culturas africanas e sua presença na formação da cultura brasileira. O Museu surgiu para suprir as necessidades de espaço para coleta, preservação e divulgação de acervo referente às culturas africanas e afro-brasileiras.

Com o intuito de estreitar relações com a África, compreender a importância do continente no processo de formação da cultura brasileira e incentivar o contato com a comunidade local o Mafro foi criado em 1982 no prédio da primeira Escola de Medicina do Brasil, no Largo Terreiro de Jesus.

Fundado a partir de um Programa de Cooperação Cultural entre o Brasil e países da África, o museu permite a seus visitantes uma breve reflexão sobre a importância dessa matriz para o desenvolvimento da sociedade brasileira, através de importantes elementos materiais, representativos dessas culturas. O espaço apresenta ainda conteúdos que facilitam a compreensão dos aspectos históricos, artísticos e etnográficos que identificam as sociedades africanas.

Sua instalação se deu por meio de um acordo entre os ministérios das Relações Exteriores e da Educação e Cultura do Brasil, o Governo da Bahia, a Prefeitura Municipal de Salvador e a Universidade Federal da Bahia, sob a direção da professora Yeda Pessoa de Castro, que também estava à frente do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO). O CEAO foi executor do programa que deu origem ao Museu e hoje é responsável por sua manutenção.



Ao ser criado como espaço de pesquisa e divulgação de temas relacionados a países africanos, a diáspora e as comunidades negras, o Mafro foi pioneiro na Bahia e no Nordeste. Além disso, a unidade tem o dom de “lançar um olhar de reencontro sobre a África e demarcar questões da comunidade negra na Bahia e no Brasil”.

Seu acervo conta com uma coleção de peças de origem ou de inspiração africana, ligadas aos aspectos culturais, trabalho, tecnologia, arte e religiões. Objetos da cultura material africana que foram doados ou comprados pelo antropólogo Pierre Verger em viagem à África, e também materiais da cultura brasileira e afro-religiosa, incluindo um conjunto de talhas em cedro de autoria de Carybé, 27 painéis representando os orixás do candomblé da Bahia, peças doadas por terreiros do Recôncavo Baiano e relíquias do Afoxé, Ylê e Cortejo Afro.

Endereço
Largo Terreiro de Jesus – Antiga Faculdade de Medicina, s/n, Pelourinho
CEP: 40026-010
Email: memorial@ufba.br
Telefone: (71) 3283.5540

Horário
Segunda a Sexta: 9h-17h30
Sábado: 10h-17h
Encerra: domingos, feriados estaduais e nacionais.

Responsável

Maria das Graças Teixeira

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Secult irá retificar resultado preliminar de editais da Aldir Blanc



A Secretaria de Estado da Cultura informa que o resultado preliminar dos editais Prêmio Zailton Sarmento, Prêmio Vera Arruda, Prêmio Eric Valdo, Prêmio Professor Elinaldo Barros e Prêmio Dinho Oliveira De Produção Cultural será retificado devido a erros ocasionados por falha no sistema do Cadastro Único da Cultura de Alagoas.

A plataforma de inscrição online apresentou problemas que interferiram na habilitação das propostas e consequentemente no resultado preliminar dos referidos certames. O novo resultado preliminar também irá divulgar a relação corrigida com os recortes de cotas e território.

Com a finalização dos processos dos demais certames do pacote de editais da Lei Aldir Blanc em Alagoas, as sobras de recursos serão remanejadas para os prêmios Zailton Sarmento, Dinho Oliveira e Vera Arruda. Tais editais apresentaram maior demanda e receberão mais recurso a fim de atender um maior número de propostas.

Em virtude do grande número de inscrições, será possível enviar o formulário padrão até o dia 25 de dezembro. Devido ao aumento do número de casos de Covid-19, o atendimento presencial foi suspenso e toda a tramitação deverá ser feita por e-mail recursosecult@gmail.com. o resultado final será dia 28 de dezembro.

A Secult/AL reforça o seu compromisso com todos os segmentos culturais e está trabalhando na apuração das falhas e análises dos recursos afim de sanar os problemas causados.

Ascom Secult

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

UNESCO declara o Cuscuz como Patrimônio Imaterial da Humanidade


Os conhecimentos, as práticas e as tradições relacionadas ao preparo e ao consumo do cuscuz foram declarados Patrimônio Imaterial da Humanidade nesta quarta-feira (16).

Para conceder o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade, a Unesco levou em consideração a importância das práticas e das tradições relacionadas ao preparo e ao consumo do cuscuz.

A decisão foi tomada em reunião do comitê realizada por videoconferência, que avaliou um pedido apresentado em conjunto por Argélia, Mauritânia, Marrocos e Tunísia, de acordo com informações da agência France Presse.

Esses países destacaram a relevância cultural do cuscuz, que é consumido por praticamente toda a população e em diversas circunstâncias, tanto em pratos do dia a dia quanto em refeições festivas.

Também são consideradas Patrimônios Imateriais da Humanidade as culinárias mexicana, japonesa e francesas, a comida de rua de Singapura e outras tradições gastronômicas.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Estudo analisa os impactos da covid-19 na economia da cultura




Com foco nos desafios que a pandemia do novo coronavírus impôs a agentes culturais no Brasil, o Itaú Cultural lança o estudo Dez anos de economia da cultura no Brasil e os impactos da covid-19 – um Relatório a partir do Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural.

Para embasar a análise, o relatório traz informações sobre os últimos dez anos de economia da cultura, considerando a evolução histórica do setor. Assim, recorre a diferentes fontes oficiais – a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), a Pesquisa Anual de Serviços (PAS), a Pesquisa Industrial Anual (PIA), a Pesquisa Anual de Comércio (PAC) e o Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), entre outros indicadores reunidos no Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural, plataforma on-line que, lançada em abril deste ano, apresenta dados sobre a economia criativa e da cultura.

>> Clique aqui para acessar o relatório.

O estudo aborda três eixos: financiamento públicotrabalhadores e empresas criativas e comércio internacional de produtos e serviços criativos.

Entre os tópicos levantados, está o referente à execução orçamentária por parte das secretarias estaduais de cultura em 2020, obtido por meio de pesquisa inédita realizada com gestores estaduais e focada na readequação dos orçamentos em função dos protocolos de funcionamento no contexto da pandemia.

Com a análise da série histórica, também é possível observar um melhor desempenho dos orçamentos dedicados à cultura nas esferas estadual e municipal, em comparação com a federal. A recém-sancionada Lei Aldir Blanc, que estabelece ajuda emergencial para artistas e outros profissionais da cultura atingidos pela pandemia, também é considerada no relatório, que analisa o impacto dos recursos aportados nos orçamentos públicos dos estados e capitais brasileiras.

A pesquisa ainda analisa a evolução do perfil dos trabalhadores e das empresas dos setores cultural e criativo no Brasil, e reflete como as diferentes instâncias que os compõem foram afetadas pela pandemia. Merecem destaque, nesse sentido, os dados referentes ao comércio internacional em áreas como as de atividades artesanais, moda e tecnologia da informação, que contribuem positivamente para a balança comercial brasileira.

Espera-se que o relatório contribua para a atuação de agentes culturais e gestores públicos no enfrentamento às dificuldades colocadas pela pandemia de covid-19 e que aponte para estratégias de desenvolvimento dos setores cultural e criativo, evidenciando sua importância para a economia brasileira.

Itaú Cultural

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Últimos dias para se inscrever no Edital de Produção Cultural da Lei Aldir Blanc, em Alagoas

O prazo para se inscrever no Edital de Produção Cultural da Lei de Emergência Cultura Aldir Blanc, oferecido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult/AL), se encerram neste dia 9 de dezembro. Junto ao certame, foram lançados mais 17 editais, com inscrições já encerradas, que investirão R$ 33.635.000,00 em diversos segmentos culturais. A Lei Federal 14.017, de 29 de junho deste ano, estabelece ações ao setor cultural como medida de enfrentamento à pandemia pela Covid-19.


Os interessados devem acessar os editais disponíveis no site da Secult www.cultura.al.gov.br e preencher os requisitos e documentações solicitados em cada certame. Os proponentes devem se cadastrar através do sistema online CUCA – Cadastro Único da Cultura Alagoana no link https://cuca.al.gov.br; ou de forma presencial, de segunda à sexta-feira, das 9h às 16h na sede da Secretaria de Estado da Cultura, localizada na Praça Marechal Floriano Peixoto, s/n, Centro, Maceió – AL. As dúvidas quanto aos editais devem ser encaminhadas para o e-mail: duvidaseditaissecultal@gmail.com.


 Júlya Rocha

Ufal participa de Simpósio da Bacia Hidrográfica do São Francisco


A importância da ciência para o futuro do Rio São Francisco é o foco  de debate que contará com a participação da Universidade Federal de Alagoas, durante a realização do 3º Simpósio da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, que teve abertura na manhã desta segunda-feira (7) e prossegue com debates durante os dois horários. A partir das 19h será lançado o livro Guerreiro do Velho Chico: A História do Rio São Francisco, de autoria do penedense Eugênio Bulhões, mestrando em Agronomia pela Ufal. O simpósio tem continuidade nos dias 9, 11, 14, 16 e 18 deste mês. 

 O Simpósio, transmitido virtualmente pelo canal do Youtube do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), é uma realização do Comitê do São Francisco e do Fórum das Instituições de Ensino e Pesquisa da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FIENPE). Este ano conta com a submissão de 188 trabalhos científicos que serão publicados nos anais do evento.  Governança e mobilização social; Qualidade de água e saneamento; Quantidade de água e usos múltiplos; Sustentabilidade hídrica no semiárido; Biodiversidade e requalificação ambiental; e Uso da terra e segurança de barragens, são os temas a serem debatidos no transcorrer do evento. 

O Fórum além de ter um representante da diretoria executiva do Comitê do São Francisco, é composto por 13 universidades: Ufal, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordenadora este ano do simpósio, Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Pública da Bahia (UFOB), Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFRB),   Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), Universidade Federal de Sergipe (UFS)e  Universidade de Brasília (UNB). 

Coordenado pelo professor Renato Garcia, da Univasf,  o Fórum tem como representantes da Ufal os professores Kleython Monteiro e Silvana Quintella, do Instituto de Geografia e Meio Ambiente (Igdema). A instituição alagoana sobressai-se como protagonista na criação do  Fórum,  discutida em 2015 durante a realização do conhecido Caiite (Congresso Acadêmico/Ufal), tendo como principal articuladora a então vice-reitora da Ufal Rachel Rocha, coordenadora do evento. 

O professor Melchior Nascimento, secretário executivo do Fórum e membro do Comitê do São Francisco, destaca que a Ufal é uma das instituições fundadoras do FIENPE  e tem sido uma das articuladoras do simpósio. Além disso, a instituição alagoana constitui-se como uma das principais parceiras do Comitê do São Francisco, em várias ações científicas. E diz:  “A importância do Fórum, enquanto representação colegiada, tem sido,  sempre que possível, o de auxiliar as instâncias do Comitê sobre questões de natureza técnica, assim como, promover, por meio do simpósio, os eixos de atuação definidos do Plano de Recursos da Bacia Hidrográfica dos São Francisco”, destaca. 

Para acompanhar:: https://www.youtube.com/user/cbhsaofrancisco

Lançamento virtual 

Um bate-papo virtual entre o autor Eugênio Bulhões e a jornalista Deisy Nascimento  marcará o lançamento do livro  Guerreiro do Velho Chico: A história do Rio São Francisco, a partir das 19h desta segunda-feira 7 de dezembro. O autor conta a história do Velho Chico desde o seu descobrimento pelos viajantes europeus até os dias atuais. Permeado pelas lendas e casos, a obra aborda as questões ambientais, mostrando os impactos causados pela transposição e pelas construções das hidrelétricas. 

Com prefácio do jornalista e ambientalista Anivaldo Miranda, que preside atualmente o Comitê do São Francisco, o livro destaca-se pela positividade, por meio da literatura, à luta que se segue em prol do Velho Chico. Anivaldo diz que o autor é  um jovem que durante o curso de graduação na Ufal se envolveu com questões de recursos hídricos, da água, e principalmente prestou atenção na temática do Rio São  Francisco. Ao falar sobre a importância da obra diz:

“Eugênio usou sua criatividade e escreveu um pequeno romance, bastante pedagógico, onde ele resgata, em poucas páginas, toda a história da ocupação do território do São Francisco depois da chegada dos colonialistas portugueses. Faz isso, entremeando as várias épocas, os ciclos econômicos, o extermínio dos povos indígenas, passa pela história da escravidão. Coloca também, foco no Baixo São Francisco,  principalmente na cidade de Penedo e produziu um material bastante acessível  para quem quer conhecer a história de maneira  fácil e criativa”.


UFAL

Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos inicia processo de entrega de kits de livros em Bibliotecas Municipais e Comunitárias



A Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos, equipamento cultural da Secretaria de Estado da Cultura (Secult/AL), iniciou a ação sociocultural de entrega de kits de livros em bibliotecas municipais e comunitárias do Estado. Ao todo serão entregues 20 kits, cada um contendo 50 livros para subsidiar o acervo desses equipamentos.

“A entrega desses kits é muito importante, ainda mais neste momento de pandemia. Através deles as pessoas conseguem enxergar o mundo por outras perspectivas”, disse a diretora da Biblioteca, Mira Dantas.

Os municípios de Flexeiras, Teotônio Vilela e Coruripe já foram agraciados. Até o final desta semana, mais de 15 entregas devem acontecer.


 Ascom Secult - Júlya Rocha

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Natal dos Folguedos abre comemorações de fim de ano em Maceió



A Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac) e da Secretaria Municipal de Turismo e Lazer (Semtel), já definiu a programação da quarta edição do projeto Natal dos Folguedos, que, desde 2017, encanta o público local e turistas com as manifestações culturais locais.


Há quatro anos, o festejo abre a alta temporada turística na capital alagoana e foi incorporado à programação de fim de ano, reunindo a beleza dos tradicionais folguedos populares, com seus brilhos, sons, danças, cores e trajes, a gastronomia diversificada e o genuíno artesanato alagoano.

Em reunião na última terça-feira (1º), com representantes das Secretarias Municipais de Turismo e Lazer (Semtel), de Segurança Comunitária e Convívio Social (SEMSCS) e de Desenvolvimento Sustentável (Sudes), além das Superintendências Municipais de Transporte e Trânsito (SMTT) e de Iluminação Pública (Sima), na sede da Fmac, foram discutidos os últimos detalhes para a realização dos festejos.




Este ano, o Natal dos Folguedos obedecerá todas as normas sanitárias estabelecidas pelos órgãos oficiais de saúde e pelos decretos Estadual e Municipal de prevenção à Covid-19, bem como às regras de distanciamento, higienização e limitação de público previstas no Protocolo de Biossegurança (confira 
aqui), elaborado especificamente para o evento. Nesta quarta edição não será realizado o cortejo cultural, que no ano passado arrastou centenas de brincantes pela orla da capital.

A programação tem início nesta sexta-feira (04) e prossegue até o dia 20 de dezembro, a partir das 18h, na Praça Multieventos, na praia da Pajuçara, com a tradicional feira gastronômica, apresentações de coco de roda, pastoril, fandango, bumba meu boi, guerreiro, baianas, ciranda, samba de roda, bandas de pífanos, grupos afros, artistas e bandas locais, além de outras atrações.

Já confirmaram presença os músicos Tião Marcolino, Eliezer e Jaques Setton, Lula Sabiá, Xameguinho, Wilma Araújo, Elaine Kudera, Chau do Pife e Fernanda Guimarães. Nas sextas e sábados também terá projeção mapeada, às 20h, uma atração à parte para quem for prestigiar o evento.

O melhor da culinária terá lugar especial com a tradicional feira gastronômica a preços populares, promovida pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), com a participação de 11 empresas associadas: Rota 82, Papa Fritas, Budega da Macaxeira, Maria Coxinha, Açaí Brasil, Sucreepe, Lud House, In Natura, Caatinga Rocks, Hop Bros e Lira’s Burguer.

A programação inclui ainda venda de artesanato, Casa do Papai Noel, Espaço Kids e iluminação temática, um espetáculo de cores e luzes que torna a cidade ainda mais bela.

O Natal dos Folguedos 2020 conta com patrocínio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/AL) e apoio da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Alagoas (Abrasel-AL), Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Alagoas (ABIH-AL) e Maceió Convention & Visitors Bureau (MC&VB).

Confira a programação

04/12 (Sexta-feira)

19h – Projeção Mapeada

  Tião Marcolino

20h – Fandango do Pontal e Coco de Roda Xique Xique

21h – Mel Nascimento

05/12 (Sábado)

19h – Lula Sabiá

20h – Projeção Mapeada

Boi Treme Terra e Guerreiro Mensageiro de Padre Cícero

21h – Jaques Setton

06/12 (Domingo)

19h – Xameguinho

20h – Baianas Mensageiras de Santa Luzia e Coco de Roda Los Coquitos

21h – Abanos do Forró

09/12 (Quarta-feira)

19h – Val Bocca

20h – Boi Dragão Kids e Cirandeiras Alagoanas

21h – Joelson dos 8 Baixos

10/12 (Quinta-feira)

19h – Lara Melo

20h – Baianas Ganga Zumba e Taieiras Alagoana

21h – Nara Cordeiro

11/12 (Sexta-feira)

19h – Sandoval do Forró

20h – Projeção Mapeada

Coco de Roda Reis dos Cangaço e Samba Show Gaviões da Pajuçara

21h – Gabriel Henrique & Matheus

12/12 (Sábado)

19h – Gil Neves

20h – Projeção Mapeada

Guerreiro São Pedro Alagoano e Boi Força Bruta

21h – Igbonan Rocha

13/12 (Domingo)

19h – Rogério Nicácio

20h – Pastoril Estrela de Belém e Coco de Roda Reviver

21h – Eliezer Setton

16/12 (Quarta-feira)

19h – Fidellis e Cabroeira

20h – Coco de Roda Catolé e Pastoril Sagrado Coração de Jesus

21h – Kel Monalisa

17/12 (Quinta-feira)

19h – Irineu Nicácio

20h – Boi Bumba Alagoano e Samba de Roda K’Posú Betá

21h – Tamboricas

18/12 (Sexta-feira)

19h – Lucy Muritiba

20h – Projeção Mapeada

Coco de Roda Paixão Nordestina e Afoxé Odo Iyá

21h – Wilma Araújo

19/12 (Sábado)

19h – Elaine Kundera

20h – Projeção Mapeada

Guerreiro Vencedor Alagoano e Banda de Pífanos Flor do Nordeste

21h – Chau do Pife

20/12 (Domingo)

19h – Cai Dentro

20h – Boi Axé e Junina Santa Fé

21h – Fernanda Guimarães


Soraya Leite /Ascom FMAC

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Bonecos com Síndrome de Down ganham prêmio de melhor brinquedo


Uma coleção de bonecos com Síndrome de Down, da fábrica espanhola de brinquedos Miniland, conquistou o prêmio de “Melhor brinquedo escolhido pelo júri do ano 2020”.

A coleção de bonecos com Síndrome de Down faz parte da linha Miniland Dolls, desenvolvida pela empresa como forma de levar mais diversidade para as crianças.

A coleção conta com quatro bonecas com Síndrome de Down, sendo duas brancas e duas negras. A escolha foi comemorada pelo mundo todo pela diversidade e pela graciosidade dos bonecos.

Victoria Orruño, que é diretora de marketing da empresa, comentou que a Miniland Dolls veio para atender as preocupações dos consumidores, que buscam bonecos que fujam um pouco do padrão.

“Estamos muito felizes por ter alcançado este importante reconhecimento nacional e internacional, e não poderia ser melhor, já que estamos no mês da conscientização sobre a Síndrome de Down. Isso reforça nosso compromisso em facilitar a normalização, o respeito e a integração desde a infância e nos estimula a continuar dando visibilidade aos grupos que mais precisam”, disse Victoria.

Razões para Acreditar

Secretarias de Cultura e Da Pessoa com Deficiência de São Paulo realizam segunda edição do Festival Sem Barreiras

De 07 a 13 de dezembro de 2020,  a Prefeitura de São Paulo, por meio das Secretarias Municipais de Cultura (SMC) e da Pessoa com Deficiência (SMPED), e apoio de várias instituições culturais da cidade, realiza a segunda edição do Sem Barreiras – Festival de Acessibilidade e Artistas com Deficiência.


Com o objetivo de promover o protagonismo da pessoa com deficiência – abrindo espaço para artistas com deficiência se apresentarem e mostrarem seu talento e transmitindo a todas as pessoas com deficiência uma mensagem de empoderamento – a programação (gratuita e com todos os espetáculos transmitidos virtualmente) terá apresentações de teatro, música, dança e exposições.

Cultura e Mercado, em parceria com a Aliança Francesa de São Paulo, estará presente na programação com o debate Acessibilidade nas Artes Cênicas e no Audiovisual, que encerra o Ciclo Acessibilidade, Cultura e Arte (os debates anteriores estão disponíveis no canal Youtube do Cultura e Mercado).

O evento será realizado no dia 9 de dezembro, quarta-feira, às 17h, no canal Youtube do Cultura e Mercado e contará com a participação de Livia Motta (Ver Com Palavras), Moira Braga (atriz e Bailarina) e Luís Mauch (Mais Diferenças), e terá mediação de João Kulcsár.

“Nestes encontros percebemos o quanto são importantes e enriquecedoras a acessibilidade e a diversidade presente nos espaços culturais. É uma oportunidade de fomentar e sensibilizar novos públicos no campo da inclusão, arte e cultura”, conta João Kulcsár, que trabalha com projetos, oficinas, formação de equipe de museus e consultoria de acessibilidade.

Além de participar do debate, Moira Braga fará uma performance de dança na abertura. A bailarina e artista cega dá o tom da discussão através de uma apresentação que provoca e convoca o público a seguir uma experiência diferente, nos tirando do lugar-comum.

O debate terá tradução em Libras.

Não é necessário fazer inscrição prévia.  As perguntas podem ser enviadas direto no chat do Youtube durante o evento ou via whatsapp (mensagem de áudio) pelo link:  https://chat.whatsapp.com/Fb60m3PoMBv8OflzjKjd3i

Cultura e Mercado

Ufal recebe equipamentos para usina solar de 125.000 Watts de potência



Mais uma etapa do cronograma foi efetivada e a Universidade Federal de Alagoas está caminhando para ter a primeira miniusina de energia solar de Alagoas construída em espaço público. Os equipamentos para instalação já foram adquiridos pela Equatorial Energia e chegaram ao Campus A.C. Simões. São 376 módulos fotovoltaicos e cinco inversores capazes de gerar 125.000 Watts de potência.

“É um sonho que está um pouco mais próximo de ser realizado depois de toda expectativa criada pela comunidade acadêmica”, comemorou Márcio Cavalcante, coordenador do curso de Engenharia de Energia e do Projeto de Eficiência Energética e Minigeração na Ufal, que foi aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), garantindo um investimento de mais de R$ 2 milhões.



A próxima fase, já em andamento, é a contratação da empresa que vai executar a construção da miniusina, sob a responsabilidade da Equatorial. De acordo com o professor Márcio, a distribuidora recebeu algumas propostas de orçamento e está em negociação para iniciar as obras.

A Miniusina Solar Fotovoltaica da Ufal ficará ao lado do Fórum Universitário, na entrada do campus, e vai ocupar uma área de três mil metros quadrados. O espaço terá sala de controle e de reuniões; Eletrocentro, onde serão instalados os inversores; almoxarifado; e a cobertura, destinada à Estação Meteorológica.

“Será um importante laboratório a céu aberto utilizado dentro do contexto do nosso projeto de Pesquisa e Desenvolvimento [P&D], mas continuará servindo à comunidade acadêmica, não só gerando energia para a instituição e diminuindo a conta de energia do Campus A.C. Simões, como também servindo de laboratório de pesquisa para os cursos”, reforçou o coordenador.

Retorno financeiro e intelectual

O projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) envolve professores das engenharias Civil (Ctec), da Computação (IC) e de Energia (Ceca) da Ufal. O trabalho foi contemplado no edital da Aneel para as áreas de Eficiência Energética e Minigeração, destinado a todas as universidades públicas de ensino superior do país.

Aprovado sem restrições e destaque entre os quatro melhores projetos de P&D submetidos para a Aneel, o objetivo geral do projeto é a instalação, o monitoramento, a análise e a avaliação de sistemas de geração solar fotovoltaica, além do desenvolvimento de um sistema supervisório de baixo custo e não invasivo, para ser empregado na medição, no diagnóstico e na detecção de perdas na rede elétrica da Universidade, com o objetivo de monitorar e melhorar os indicadores de eficiência energética.

Confira aqui como vai ficar a miniusina.

Manuella Soares

Informativo Balaio de Fatos - 04